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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Será desta que eu acerto com  a bela da regueifa que a minha avó materna sempre trazia de Pardelhas?

Sei que não se faz em Pardelhas e que alguém a vem vender à feira semanal o que torna mais difícil apanhar-lhe o rasto.

Será que pelo meu paladar e com os conhecimentos culinários que vou adquirindo chego lá? Fica com este aspecto:






Esta sim, é uma verdadeira aventura culinária!

Vou usar:


- 2 Kg de farinha
- 4 ovos
- 300 gr de açúcar
- 250 gr de margarina líquida
- 0,5 dl de chá de erva doce
- 50 gr de fermento de padeiro
- Canela




Como?

 Vou dissolver o fermento de padeiro no chá morno.  Amasso muito bem todos os ingredientes e deixo a massa a fermentar durante cerca de três horas. 

Corto a massa em porções iguais e faço rolos compridos que se unem em círculo.
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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Pancada de loiça não é pancada séria sem Bordallo!


E a culpada é a Sra. D. Alice, minha avó paterna. De pequena levava-me a reboque para tudo quanto era viagem e daí vem também a pancada dos pic nics que já passei aos meus filhos ... Vimeiro, Buçaco, Caldas, Figueira, Leiria, São Martinho ...

"Sabe, há loiça Bordallo e loiça Bordallette ... e vai já perceber a diferença!"

Com  duas canecas na mão, daquelas que têm miniaturas de loiça coladas ao fundo: numa um sapo e noutra a brejeirice do costume: "a que presta chama-se Bordallo e a outra não lhe convém, pelo menos em loiça e chama-se Bordalette!" ahahhahahhahahh

E guardei sempre com muito carinho duas canecas de criança com um sapinho no fundo mas acima de tudo guardo o carinho, a irreverência e o destemor desta minha avó, viúva demasiado cedo e que abraçou a vida com muita coragem.

Mulher que é mulher ... tem um sapo de estimação na sua vida! O meu foi-me oferecido pela minha avó!

Desta feita foi a vez da minha mãe oferecer aos netos a bela da caneca do sapinho!








Perdi-me na loja de fábrica mas fui uma valente e consegui sair sem comprar uma única peça!!!!!!!!!!









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Vem hoje nas notícias a nova empreitada de um professor universitário: um projecto que relança estes cheiros, legumes e frutos esquecidos.

Como não os conhecia e o professor não os mostrou fui buscá-los .... e aqui ficam as fotos dos ditos!





chícharo

cereja seca

feijoca

falso açafrão ou açaflor

lódão

serpão

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terça-feira, 8 de abril de 2014







Na minha família ainda há a tradição de que "mulher que acaba de dar à luz, quer-se bem alimentada", isto é: com comida cuidada para que o leite da mãe seja de qualidade e abundante.

Vai daí que ... canja de galinha com miúdos, ovos e oveiro, galinha corada no forno, cabrito e borrego assado sem tempero assanhado, polvo no forno e ... o indispensável bacalhau.

"Leite materno de qualidade não dispensa bacalhau".

Pois tenho a dizer que me lambuzei com este bacalhau ... a que decidi juntar migas de broa de milho: o milho vem do meu lado cagaréu/aveirense e as migas ... da minha talentosa avó paterna dos meus filhos, alentejana.
É um bacalhau escaldado que vai ao forno com batatas cozidas com pele, esmurradas, numa cama de cebolada, refogada.

Quando o bacalhau está assado, em cima de cada posta, leva migas de broa que se deixam tostar no grill do forno.

E sim, é guloso!

E ainda hoje se fala naquele almoço de aniversário, de bacalhau com migas de broa que deixou os meus tios gulosos de tal modo saciados/enfartados que até o marisco dispensaram à hora de jantar ahahhahhahahh

E acho que vou repetir para o almoço de Páscoa ... agora que o meu filho já tem 12 anos e ... adora migas!


Usamos:
- 5 postas de bacalhau
- 10 batatas com casca
- 6 cebolas às rodelas
- 6 dentes de alho, fatiados
- 2 folhas de louro
- azeite

Para as migas:
- 1 broa de milho, bem esfarelada e da qual não vamos querer o lar (ie: o solo/chão/parte de baixo do pão), nem as crostas, que ainda assim reservamos para acompanhar o prato;
- 1 cabeça de alhos picados
- azeite
- água de ferver o bacalhau
- 1 ovo batido, para ligar
- sal e pimenta q.b.
- coentros picados

Como?

Assim:

Passamos as batatas por água para lavar as impurezas que ficam na casca.Num tacho com água e sal vamos pôr as batatas com  casca, a cozer.  Noutro tacho vamos escaldar o bacalhau, rasado de água com sal.

Enquanto isso, noutro tacho, vamos cobrir com azeite as rodelas de cebola, as folhas de louro e os alhos fatiados até estrugir.

Num tabuleiro grande  vamos dispor a cebolada e reservamos o azeite em que estrugiu. Por cima da cebolada vamos pôr as postas de bacalhau escaldadas e rodeadas pelas batatas cozidas e bem esmurradas, com rachas mesmo. Regam-se o  bacalhau e as batatas com o azeite de estrugir a cebola que havíamos reservado antes. Leva-se ao forno em lume forte.

Enquanto o bacalhau está no forno, num tacho de barro, vamos fazer as migas de broa de milho.

Num fundo de azeite vertemos os alhos picados e antes que amareleçam juntamos um pouco da água de cozedura do bacalhau e deixamos fervilhar por uns bons 10 minutos para extrairmos o sabor do alho para o azeite. Seguidamente juntamos a broa esfarelada e incorporamos. Depois vamos juntar a esta, a água de cozer o bacalhau a ferver em quantidade que permita ficar com uma textura macia mas ainda assim consistente. Ligamos em seguida com um ovo batido, sempre a mexer e temperamos com sal e pimenta, a gosto.
Juntamos os coentros picados e, retirando o tabuleiro que está no forno, vamos dispor duas colheres de sopa de migas de broa em cima de cada uma das postas de bacalhau. Volta ao forno para tostar as migas, agora com o grill ligado.


Hmmmm ... sinto-lhe o cheiro.

Acompanha com vinho tinto e salada de alface e cebola.



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Pois é este e é o meu.
Quem o tem chama-lhe seu e este é sempre muito apreciado!
E não vou ser modesta porque ralei durante anos para chegar aqui.
E não desisti nem baixei os braços de cada vez que não ficou como ... o melhor Bacalhau à Braz devia de ficar.

Fica delicioso.
O sabor dos ovos não se sobrepõe ao do bacalhau.
Não fica uma refeição pesada porque o leite contrabalança a espessura dos ovos batidos sem comprometer a humidade suculenta e muito saboroso e o truque é mesmo ... respeitar a simplicidade dos ingredientes.

E lembro-me de ser miúda e da trabalheira que era fazer este prato ... mas arranjei maneira de contornar a trabalheira e manter-me fiel ao lado caseiro da coisa!

É um prato que se adora lá em casa e acho que já o fiz de todas as maneiras: com aparas de bacalhau, com batata palha, com borrifo de vinagre de vinho branco no refogado, com pitada leve de noz moscada, com cravo a refogar o bacalhau, com natas em vez de leite, sem leite ... mas a versão que leva a taça é ... esta que deixo aqui.

Simples.
Despretensiosa.
E ... memorável.

Pelo menos para os que têm partilhado a minha mesa ahahhahha



Uso:

- 4 postas de bacalhau demolhadas, desfiadas grosseiramente, em crú, sem espinhas nem peles

- 12 batatas roxas, médias, cortadas em palitos finos numa mandolina (demora 10 minutos, quem diria?) - a batata roxa adubada com estrume - também chamada batata da lavra, porque os animais que lavravam a terra também contribuíam para a sua fertilização - é muito mais saborosa que a bata de adubo. Se procurarem no mercado ... às vezes arranja-se!

- 3 cebolas novas - fáceis de reconhecer: quase não têm pele; e são mais suculentas - médias, picadas, também na mandolina

- 6 dentes de alho picados

- 6 ovos

- 2 chávenas de leite

- azeite para refogar, quanto melhor o azeite ... melhor o resultado final, usei o que levo à mesa para temperar

- 2 folhas de louro

- sal e pimenta preta moída na altura

- salsa picada

- azeitona preta hidrogenada (daquelas grandes, carnudas e gulosas)


Como?

Assim:

Temos que investir um bocadinho de tempo, uma meia hora, na preparação. Meia hora chega.

Numa tigela deixamos o bacalhau desfiado em crú.

Noutra tigela deixamos a batata cortada em palha na mandolina, coberta de água.

Noutra tigela deixamos o leite ao qual vamos juntar os ovos inteiros, batidos e peneirados num passador. Desta forma garantimos que a película das gemas - que tem um sabor muito intenso - fica fora da equação ;)

Num tacho grande pomos a cebola a refogar em azeite - pouco, porque a batata frita vai trazer mais gordura ao prato - e só quando a cebola começar a ficar translúcida juntamos os alhos picados - se queimarem vai estragar tudo e; as duas folhas de louro.

De seguida adicionamos o bacalhau desfiado, que deixamos apurar. Temperamos com sal e pimenta preta.

Reservamos.

E chegou a altura de fritar a batata palha, sem sal, e bem seca com um pano. Em óleo de amendoim, fervente e só até amarelar. À medida que vou fritando vou retirando para um prato com papel absorvente. E antes de retirar a próxima pratada vou juntando ao tacho a que já passou pelo papel absorvente.

Quando toda a batata foi frita ... já temos o tacho cheio! Voltamos a ligar o lume e vamos mexer e incorporar a batata no bacalhau refogado, rectificando os temperos.

Por fim, juntamos os ovos batidos com o leite que incorporamos rápida e brevemente, mexendo sempre, com um garfo grande, de pau. Provamos e rectificamos os temperos, se necessário.

Fica muito húmido e amarelinho e cobre-se com a salsa picada e as azeitonas, já numa travessa!

Rega-se com um bom tinto no Inverno ou um rosé gelado no Verão.


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segunda-feira, 7 de abril de 2014












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Pão recheado é coisa que a garotada adora e devora num ápice nos jantares de família do rugby. E de entrada para o jantar de aniversário da filha resolvi rechear um pão. Daqueles que se comem à colher e que são perfeitos para acompanhar um bom vinho tinto. E o meu pai abriu um rosé gelado, feito na nossa quinta, em especial para os anos da neta!

Mas eu queria mais sabor e menos gordura. E saiu uma coisa digna de memória.
Como sabemos que o que fazemos vai ficar para a história? Quando os lambões que reclamaram do excesso de "tostadela" reclamam os restos para levar para levar para casa !!!!!!!!

"está de estalo pah! o que é que tu puseste nisto? e que pão escuro é este?"


A base:

- 1 pão de centeio, gostoso, escurinho

Usei o da Padaria Portuguesa, de coroa quadrada que é perfeita para recortar uma tampa e comprei de véspera.
Recorta-se a tampa quadrada e escavamos o pão em miolos grandes.

As migalhas e miolos pequenos vamos usar para rechear o pão. Tudo se aproveita nesta receita.
Os miolos grandes e a tampa cortada em tiras vão ao forno a tostar e é nestes bocados que vamos barrar o recheio, quando servirmos à mesa.


O recheio:

- 6 palitos de delícias do mar, picados grosseiramente
- 6 colheres de sopa bem cheias - atascadas, direi mesmo- de maionese light
- 1 pacote de 120gr de queijo Edam ralado
- 1 cebola média picada
- 1 linguiça, crua, sem pele, em fatias fininhas
- as migalhas e miolos pequenos do pão
- coentros picados
- sal e pimenta preta moída na altura


Mistura-se tudo numa tigela à parte e recheia-se o pão ... que fica a abarrotar ... mas não tem mal porque depois vai abater quando o queijo derreter.

Enquanto o grill do forno ia aquecendo mas já com os miolos grandes lá dentro para tostar, levei ao microondas o pão recheado, por 5 minutos na potência máxima: é o que basta para que a cebola não fique mole, o queijo derreta e o pão absorva a maionese.

Passados estes 5 minutos levamos o pão ao forno para tostar a coroa recheada e viramos os miolos grandes para que tostem do outro lado.

Não tenho foto da versão final mas tenho foto - fraquinha, muito fraquinha - da mise en place e deixo aqui.





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Pomme

authorHello, my name is Sandra.
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