Rissóis: queijo & fiambre e queijo & chouriço

Se há 20 anos atrás alguém me dissesse que me ia apanhar a fazer rissóis ...

Assuntos de saúde em família trazem-me o pensamento persistemente ocupado. E nessas alturas nada como ocupar as mãos e deixar o tempo trabalhar a nosso favor.

A minha casa é um vaivém saudável de gente jovem que ora vem estudar ou almoçar ou lanchar, acompanhados dos meus filhos. Umas vezes trazem as marmitas e vêm ver e rever  à hora do almoço o episódio do Game Of Thrones que deu no SYFY às duas da manhã; outras vêm fazer comida francesa para levar para o projecto de francês; outras cozinham eles mesmos ... pastas e afins; enfim ... casa cheia.

A empregada adora aquela tropa e sai meia hora mais tarde só para receber beijinhos e abraços duma catrefada de sobrinhos adoptivos que acaba de herdar e que lhe deixam a cozinha tal como encontraram.


Ontem obrigava-me a descansar as hérnias da coluna e perambulava pelo you tube ... os rapazes estavam na biblioteca com os Lusíadas e a minha edição anotada, velhinha... Vieram almoçar e fizeram esparguete à bolonhesa antes de atacarem Camões.

Encontro uma receita de rissóis de camarão. Mas a delícia estava no moldar os rissóis. À mão.
Rápido. Como quem esfrega um olho. Nada de amassar, nada de tender, rolo da massa e balcões enfarinhados ... nem vê-los.

E a minha velha fritadeira Kenwood, que um dia foi o Rolls das fritadeiras, que vai todinha à máquina de lavar e prontinha a ser usada de novo ..

Tudo o que eu gosto.
É hoje.
Vou fazer rissóis.

Usei:

- Um saco de plástico limpo - do lixo - aberto por forma a cobrir a mesa da cozinha. Quem tem 3 hérnias discais faz sentada. E fez 3 dúzias em meia hora.


Para a massa:

- 3 cups/750ml de água
- 1 cup/250ml de leite
- 2 colheres de sopa/100gr de margarina
- 2 caldos Knorr de galinha
- 4 cups/1 kg de farinha



Para os recheios:

- 1/2 chouriço corrente e 125gr de queijo flamengo picados
- 200gr de fiambre, 125gr de queijo flamengo e orégãos secos



Como?
Assim:

Numa panela pomos a aquecer o leite e a água e os cubos de galinha.
Quando sentimos o líquido quente juntamos a manteiga e deixamos ferver.
Baixamos o lume para o mínimo possível e juntamos a farinha toda de uma vez.
Com uma colher de pau grossa batemos a massa rápida e energicamente até formar uma bola.

Despeja-se no balcão da cozinha ainda quentíssima e vamos dando umas lambadas leves - é mesmo o termo que descreve o movimento - por forma a que toda a massa tome contacto com o balcão frio e arrefeça aos poucos, ao mesmo tempo de ganha elasticidade e vamos lavando a bendita panela e a colher de pau ... entre lambadas!!!!!!


Picamos os ingredientes do recheio e misturamos num prato de sopa.
Passamos a bola da massa para a mesa forrada com o plástico e desta bola vamos retirando bolinhas de massa que vamos achatando na palma da nossa mão, até termos um disco fino de massa na palma da mão ... que se enche com o recheio. Sem colheres ... tudo à mão.
Fecha-se o disco de massa ao meio ... et voilá ... o rissol.

Passam-se por leite e pão ralado e fritam-se a 170ºC.

Rendeu 36.

O grémio camoniano reunido na minha biblioteca aprovou e ainda levou para o caminho de volta às respectivas casas.

Ficaram 18 no congelador.
9 para os almoços de hoje.